Explicações

Tome-se os livros de Thomas Bernhard. Por exemplo, O NáufragoO Abatedor de Árvores (aliás, uma trilogia, da qual cumpre acrescentar Os Mestres Antigos). Estou fascinado por esses livros. Em cena, os temas do fracasso, do suicídio, do caráter artificial da vida cotidiana, da vida tout court.

Num ensaio de Lars Iyer, este observa (confiando na minha memória!) um aspecto que me chamou a atenção: o como Bernhard se fecha a toda possibilidade de uma alteridade, de um outro que faz compensar a vida.

Seria a negação da alteridade um moto para lamuriar pela vida? Pois o solitário inventa seu próprio cárcere – na ausência do amor, só nos resta reclamar (veja um livro recente e no mesmo veio: Asco, de autoria de Moya).

O que há no amor?

Por que um casal resolveria unir-se, se a vida a 1 é mais barata, mais simples, do que a vida a 2? Pois, a 2, tudo é duplicado: as coisas boas e as coisas ruins. Por exemplo: sozinho, se adoeço, me cuido; em casal, o outro pode adoecer, além de mim: trabalho em dobro! Dividir 2 leva a 1. Então, por que o “sacrifício”?

Olho à distância, com certo prazer sádico, casais, famílias, sustentando filhos. Por que tais filhos? Não há como explicar a aventura da paternidade/maternidade se não pelo amor. O amor é a pura e simples realização de TUDO sem pensar em nada em troca (contra certa visão de senso-comum de que temos um filho para “nos enxergar e nos reproduzir” nele).

Então, a base da reclamação, da lamúria, é pura e simplesmente a incapacidade ou a escolha de não amar.

O amor é, “simplesmente”, o sentimento mais idiota e mais sublime do ser humano. O mote que justifica tudo, os sacrifícios mais extremos e as compensações mais gloriosas. O dar sem esperar nada em troca. No fundo, sem pieguismo, o amor é um drive que substitui ou se sobrepõe ao drive estritamente econômico (pensar em si, maximizar o ganho pessoal). O amor é anti-utilitário, mas, paradoxalmente, é a mola propulsora da economia (veja-se o que se gasta com a criação dos “brilhantes filhos” de cada dia).

Então, o pessimismo, algo que tanto me fascina, me atrai, pode ser explicado pelo avesso do amor. Ou o amor pode ser a invenção mais sublime da vontade (Schopenhauer), destinado a driblar um fato: a morte.

O “eu” para o “outro”

Pense um pouco. Você acha sua vida fácil? Provavelmente, não; certo? A dor, doença, as insuficiências, as expectativas frustradas, as lacunas insolúveis do mundo e etc. Tudo isso é vivenciado individualmente, embora se possa compartilhar alguma coisa. A vida não costuma ser fácil. Se você não é rico, então, teve de construir-se a si mesmo: trabalho, carreira. Seu caminho pode ter sido facilitado por muitas pessoas, mas, ainda assim, certamente você sofreu para chegar aonde está, ainda que não tenha ido longe na vida (ainda).

Mas não é só, ou principalmente, de carreira que estou falando, nem de dor/doenças ou coisas do tipo, e como tudo isso pode tornar sua vida difícil. Estou falando da impossibilidade de transmitir nossa experiência, e, sobretudo, da impossibilidade de impedir o sofrimento do outro. Qualquer tentativa de impedir tal sofrimento implica em viver a vida pelo outro, em colocar-se como a solução para o outro. Uma espécie de muleta imaginária do outro.

A sensação de impotência em relação ao outro é, no mínimo, uma impostura diante de si mesmo. Ninguém deveria sentir-se impotente perante ninguém, a menos que, repito, se coloque no lugar de preencher o outro. Ou pior: a menos que o outro, mirando em seu narcisismo ferido e em sua vontade de amor, lhe provoque culpa, esse sentimento ardiloso que lhe enfraquece. Culpa e desejo de reparação são duas faces de uma mesma moeda. Não digo que não é necessário, para a convivência intersubjetiva, a culpa recíproca; estou dizendo que a culpa, em certas circunstâncias, é uma armadilha.

Em três situações ocorre a sensação de culpa e a possibilidade de captura imaginária pelo outro. Primeira, na esfera afetiva, da sexualidade. Segunda, entre pais e filhos. E, terceira e mais relevante neste post, a relação professor-aluno.

Quando o aluno não aprende, sentir-se-ia o professor culpado? É difícil dizer. Pois a aprendizagem depende, de fato, do professor, mas não só. Alunos relapsos, descompromissados, perdidos em suas próprias angústias, podem, sem qualquer dificuldade, insinuar culpabilidade do professor. Então, o que faz este? Se cair na armadilha, se enfraquece. Se sentir-se unicamente culpado, não conseguirá denunciar a falta no aluno, não apenas nele (professor). Na verdade, ambos, professor e aluno, estão às voltas com alguma falta, e nada deverá superar essa falta fundamental (a incapacidade de aprender, de evoluir, de um lado; e a incapacidade/limites da transmissão, de outro).

Entre colegas de trabalho algo similar ocorre, especialmente quando um desses colegas têm alguma “visibilidade” (está em alguma posição de gestão, por exemplo, ou de pionerismo). Colegas espreitam o tempo todo tentando farejar alguma falha que, a depender de sua magnitude e impacto, não tardará a insinuar em você. Ou então, situação grave, o grupo se alia em torno de uma desmobilização em que ninguém deseja nada, e, portanto, ninguém está exposto à falta (só percebe a falta quem deseja, ou só deseja quem tem falta). Grupos anômicos, afetiva e profissionalmente, são reflexo disso.

Em suma. Não assumir a falta do outro, e, não obstante, continuar a desejar por si e para si, essa é uma linha de ação mais favorável à potência do próprio eu. Então, deixemos o outro com suas angústias; elas não nos dizem respeito. O outro é (supõe-se) um adulto, e adultos são livres e responsáveis por suas escolhas e sobre seu próprio sofrimento. Com isso, gera-se uma ética do individualismo? Não creio em tanto. Talvez, com isso, se gere uma vida mais cruel, no estrito sentido de crua, real. Mais thymos, menos eros!

Atávicos

Vejamos alguns paradoxos do ser humano a respeito da liderança. Algo que você talvez não vá encontrar em algum manual (fake, como quase tudo que fracos escrevem para fracos) de liderança.

1) Algum grupo irá respeitar seu “líder” se ele revelar-se fraco, se ele expor a raiz dos problemas que ele, no seu íntimo, sabe que está enfrentando? Não. Se um líder expor as minúcias das várias alternativas possíveis, dos dilemas imanentes às decisões e das situações conflituosas em que geral se vê envolvido como líder, ele não será compreendido. Será visto como um fraco.

2) Se um líder pede feedback, ele se enfraquece. Ele delega ao outro, que, no seu íntimo, é também um fraco, na verdade, um covarde às sombras do líder (alguém a quem ele pode culpar caso algo saia errado, tamanha a alienação de seu próprio desejo, sua incapacidade de correr riscos e errar por si). O líder lidera quando gera no seu liderado a sensação de que ele, liderado, está em dívida. A liderança está do lado de quem gera a dúvida, e não de quem é duvidado.

3) A distância, certo “segredo”, certa incógnita, certo ar de incerteza, isso tudo fomenta a liderança. O “semblante de saber”, a suposição de que se sabe, mesmo quando não se sabe absolutamente nada, é um manancial da liderança. Achamos pessoas afetivas fracas (a afetividade implica alguma transparência, algum nivelamento, alguma mensagem de que o líder é um “igual”, sofre como, os outros…); tendemos, atavicamente, a admirar, a nos submeter, a nos curvar (sem admitir) perante tudo o que se aproxima, minimamente, da soberania.

Tudo isso que estou dizendo parece ser mais verdadeiro hoje do que talvez tenha sido no passado. Por alguns motivos. Primeiro, porque vivemos numa cultura da infantilidade, uma cultura bebezona, acovardalhada. Décadas de feminismo tornaram homens e mulheres muito mais frágeis, muito mais distantes de alguns dilemas inexpurgáveis da existência. Segundo, porque liderar tornou-se uma tarefa complexa, e a complexidade demanda risco, virilidade, aposta.

Se você não dobrar o outro, ele te dobra. Não há relação harmônica, não há nivelamento dos conflitos. Pensar isso é alienar-se a seu próprio poder. Líderes que vão ao fracasso, e que levam seus liderados ao fracasso: paradoxalmente, pelo seu instinto atávico, é a isso que se lança o ser humano comum. Todas as teorias de liderança que não reconhecem isso caem na vala comum do espírito acorvado de nossa época.

Mas, sabe o que é pior? O governo dos iguais. Sabe por quê? Porque ninguém é igual ao outro. No plano moral, até podemos ser iguais. Mas, no plano prático, da capacidade/potência sobre o mundo, somos bem diferentes, isto somos!

E nada mais ultrajante do que uma pessoa que sabe qual é seu desejo. O líder é alguém que deve, imperativamente, saber sobre seu desejo. Mesmo que se engane. Mas nada equivale ao poder de um sujeito desejante, a despeito de tudo, a despeito de todos. E repare o seguinte: quando você se sentir fraco perante alguém, isto é sinal de que o desejo desse alguém é mais visível e delineável que o seu. O desejo dele é tanto que ele deseja por você.

Oh, nossa humanidade… tão atávica, tão estúpida. Mas estamos ainda na Terra, não? O que isso revela, desse ponto de vista da liderança? Muito!

Sobre o que eu queria dizer hoje

Eu gostaria de escrever sobre alguns assuntos, mas eu não consigo. Não foram poucas as tentativas. Na verdade, juro, tentei muito. Vários posts inacabados, todos destinados ao mesmo “move to trash” do WP. Bom, sobre o que eu gostaria de escrever hoje?

1) Sobre a mediocridade nossa de cada dia. Sobre a burrice nossa de cada dia. Sobre como a burrice, para além de um problema moral, está associada às posições rígidas;

2) Sobre a intolerância, sobre a agressividade nas comunicações humanas, sobre como Nietzsche estava certo quando dizia que o que rege o mundo, a moral mundana, por assim dizer, é a moral do mais fraco, da pessoa amedrontada, covarde;

3) Sobre o que é viver num contexto em que todos estão perseguindo agendas ocultas terrivelmente banais, repetitivas, conservadoras. Sobre como, no ambiente mais intelectual, encontramos as imbecilidade mais asfixiantes;

4) Sobre como nos enganamos, sobre como por vezes as coisas são sempre simplificadas, sobre o quanto abandonamos nossas ideias de excelência;

5) Sobre como o ambiente acadêmico é, a um só tempo, paradoxalmente, sublime e ridículo; sobre como brincamos de usar um determinado vocabulário; sobre como somos ignorantes e boçais de um discurso do qual nos pretendemos “entendedores”;

6) Queria escrever sobre a comédia da vida cotidiana; sobre como nosso ego é o mais insípido e o mais incrivelmente mesquinho; sobre como é fácil criticar e não fazer; sobre como é fácil não desejar e culpar, cinica e ridiculamente, aqueles que tentam.

Enfim, é mesmo muita coisa. Então, incapaz de escrever com dignidade intelectual sobre essas coisas, me resigno. Não sei por que, mas uma música, como que num contraste absurdo, ou numa ironia execrável, parece representar o que estou sentindo. Segue abaixo. Repito: ironicamente (para entender, e não sei explicar, não sei mesmo, é como se me sentisse como Antonio Salieri, no belíssimo Amadeus, o primeiro filme a seguir, antes da referida música). Será que você conseguiria me entender, meu caro leitor anônimo? Talvez eu esteja a lhe pedir muito…

Prefiro ouvir a falar (#30)

Em casa

casa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Peguei daqui

Prefiro ouvir a falar (#29)

Pensar grande

Chega um momento, em sua vida profissional, em que é preciso pensar grande. Não me refiro a isso que já virou um ditado do senso comum, certo puritanismo ascético de crescer, crescer e crescer, de sentir que se veio neste mundo para fazer a diferença, deixar sua contribuição, ser diferente da maioria dos outros, etc. Pode até ter um pouco disso, mas penso em algo diferente. Penso, em particular, no campo das ciências, ainda mais especificamente no campo das ciências humanas, no da psicologia, onde por fim atuo. O que é pensar grande aí?

Vou tentar uma resposta, menos por tê-la já pronta na cabeça, mas muito mais no sentido de que, enquanto escrevo, estou pensando e a desenvolvendo para mim mesmo. Então, por enquanto, ela pode não ser mais do que algunas intuições, impressões pessoais.

Sinto que vivemos hoje, talvez por conta dos excessos da cultura da produção acadêmica, uma situação de saturação. Até aqui, nenhuma novidade. Muitos de nossos alunos, nós mesmos (professores), colocamos alvos miúdos à nossa frente, e nos limitamos a alcançá-los. Muitos de nós pensam apenas no curto ou, no máximo, médio prazos. Outros, mais experientes, conhecem seu próprio centro de referência (seu projeto profissional, por exemplo, ou sua circunscrição teórico-metodológica…), e então acabam “espraiando” alguns tentáculos, o que se reflete em diversos projetos em rede (com alunos, outros colegas, etc.). E há, naturalmente, os que “atiram para todos os lados”, vivem ao sabor do momento, daquilo que pode repercutir em bom volume de produção. Vivem, nesse sentido, uma vida “rizomática”, para fazer um uso (espero que não-abusivo!) de uma ideia de G. Deleuze.

Mas, o que buscamos? Em que medida as demandas institucionais acabam nos atravessando e, de dentro de algum jargão, nos inflamos e causamos algum barulho? O que pensar grande nestes casos?

Pensar grande é, em alguma medida, retomar certa perspectiva holística da realidade, certa visão total dos fenômenos. Há muitos que dizem não ser isso possível, pois um fenômeno só se revela a partir de algum recorte. Mas a cultura do recorte (travestida de uma roupagem “epistemológica”) nos afasta da apreensão mais ampla dos fenômenos, e nos torna absurdamente especialistas. Então, pensar grande implica, nalguma medida, em sair de um jogo disciplinar específico (digo, de alguma abordagem / faceta particularista dentro do campo do saber). Mas, pode-se argumentar, isso nos deixaria como a personagem Ryan do filme Gravidade (em cartaz): à deriva? E, definitivamente, ficar à deriva não é bem uma “qualidade” apreciada no contexto universitário. Então, temos aí um paradoxo.

Sem alongar demais, e como eu me dei a liberdade de simplesmente ir expondo alguns pontos aqui, eu perguntaria ainda o seguinte. E quando não conseguimos pensar grande, quando somos, por muitos motivos, impedidos de fazer isso? O que nos resta? Bom, restam algumas opções (sempre pensando no pequeno-mundo acadêmico, minha realidade): primeiro, inflar-se em torno de um ponto miúdo, ou seja, fazer muito (barulho – ex.: artigos) com pouco (conteúdo). Segundo, paralizar-se: diante do “pensamento pequeno”, prefere-se não falar nada. Neste caso, é uma estratégia curiosa: quem pouco produz tem, a seu favor, a prerrogativa de que não produz porque prefere esperar o momento certo da “manifestação do pensamento grande”. É uma opção, e temos de colocar assim. Há ainda os cínicos, que jogam o jogo – por exemplo, produzem porque sabem que no “mundo artificial” da ciência, as coisas são assim, de modo que preferem entrar no jogo a questioná-lo. Estes, em geral, vão muito bem, pois estão integrados na lógica que estrutura o funcionamento das coisas. Mas podem vir a ser, em qualquer momento, cobrados perante a consciência, esse tribunal impiedoso do sentido.

Não assino embaixo de nenhuma opção acima. Ainda seguirei por aqui, um pouco frustrado, porque ainda não sei bem em que consiste “pensar grande”… nesse mundo tão pequeno chamado ciência, ciências humanas, psicologia.

Prefiro ouvir a falar (#28)

Fracasso

O que acontece quando fracassamos? Numa cultura supostamente meritocrática como a nossa, vencer ou fracassar depende de desempenho, cuja proficiência se mede com critérios contingentes de valor e também de aspectos comparativos. Portanto, um desempenho é bem-sucedido se atingir certos padrões estipulados como ideais (ou próximos do ideal), quando uma pessoa (seu desempenho) é comparado ao de outra, e quando, subjacente a tudo isso, comparece um elemento qualquer de sorte. De fato, não há como negar a presença dela!

Mas há uma “química” na vida cotidiana que nos leva, sempre quando diante de algum fracasso, a jogar a culpa em nós mesmos – exatamente no desempenho. Nessa direção, fracassar traz consigo um componente de culpa, de auto-flagelo, de vergonha, e, por que não, de dúvida sobre si mesmo (no caso de, como diria Freud, sermos bons neuróticos).

Quando o outro nos nega o acesso àquilo que alcançaríamos se fôssemos bem-sucedidos, há um remanejamento perceptivo em que o nos vemos como a parte com alguma falta, com alguma insuficiência. Desencadeia-se um processo de deslegitimação. Naturalmente, esse processo não é (não deveria!) extensível à personalidade como um todo, ao conjunto da vida de uma pessoa. Tanto é verdade que, quando fracassamos, aqueles que nos trazem de volta à realidade (a um sentimento de legitimidade), são nossos amigos, pessoas que nos vêem a partir de outros critérios que não o estrito desempenho em áreas estritas da vida social/burocrática (no sentido Weberiano). Amigos nos acolhem, nos colocam de volta nas trocas simbólicas fundamentais a nosso senso de identidade. Eles nos reconhecem.

Haveria como, mesmo diante de um fracasso, contarmos com nós próprios, nossas crenças, algum substrato de nosso ser capaz de ficar imune à recusa do outro (fracasso)? Tenho dúvidas sobre isso, mas penso que contar consigo mesmo, num fracasso, é a situação mais realista. Um exemplo bastante simples. Quando fracassamos, isto sempre ocorre no plano simbólico (por exemplo, não conseguir um emprego desejado, num lugar desejado). Fracassar, no plano concreto, é morrer, literalmente. Então, quando fracassamos, o que nos resta, do ponto de vista estritamente concreto? Nosso corpo – antes mesmo de nosso ego!

Nosso corpo é, afora o plano obviamente sensório-motor, físico, intelectual, energético, a única garantia que temos de que, quando tudo no campo simbólico desmorona, ele ainda estará lá. Não nossa vida – que é estrita e indiscutivelmente física, mas sim nossa vida e nosso potencial. Nosso corpo, marca suprema de nossa identidade e de nossas possibilidades, é o único suporte que temos para instituir novas formas simbólicas, para avançarmos na vida, para avançarmos sobre as resistências de todos os tipos.

O que quero dizer é que, diante de um fracasso, não é apenas no campo simbólico, interpessoal ou intersubjetivo que temos de reencontrar o sentido e o suspiro necessário para superar a situação. É no plano de nosso corpo, aqui entendido semioticamente – como uma matéria (uma coisa-em-si), mas como uma forma de mediação entre “nós” (ilusão absurda, necessária para nossa sobrevivência psíquica, mas uma invenção absurda, tanto no sentido positivo como negativo) e o mundo. Para mim, em suma, diante do fracasso, só há uma saída: a coragem física!


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